“O governo gastava milhões de cruzeiros em propagandas destinada a melhorar sua imagem junto ao povo. Um dos slogans dessa propaganda dizia: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Os meios de comunicação e as atividades culturais eram vigiados pela polícia. Tudo o que desagradava ao governo era severamente censurado. A ditadura não admitia críticas, nem ao menos oposição pacífica”. (Folhauol.com.br/especial 2002/eleições/historia 1969).
Já há algum tempo, ouvia e sempre concordei com quem alertava sobre a proibição de criticar os gastos exorbitantes de dinheiro público e diversas outros absurdos na preparação para o evento da dona Fifa. Para muitas pessoas, quem aponta irregularidades mostrando os pontos negativos que são a realidade do cotidiano, são tachados de antipatriotas, traidores, pessimistas, “os do contra”. Quando começou a se fazer alusão ao slogan ditatorial dos anos 60, talvez pudesse parecer um pouco exagerado por se tratar de algo que remete ao período mais triste na história do país. Porém, a alguns meses do certame fifista, surge fatos passíveis de reflexão.
De acordo com o jornal “Povo do Rio”, em 21 de janeiro, o Senador Marcelo Crivella, que também é sobrinho de Edir Macedo, cria projeto de lei que criminaliza a quem se manifestar durante a Copa em penas maiores que estupro e assassinato. Para ele, protestar e exigir nossos direitos civis são considerados atos de terrorismo. O Correio Braziliense de hoje — clique aqui —, traz a seguinte matéria: “Planalto lança manual de repressão a protestos nas ruas padrão Fifa”, elaborado pelo Ministério da Justiça.
Enfim, 50 anos depois, a Copa se aproxima e traz consigo o espírito do “Brasil, ame-o ou deixe-o”.